quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Politicamente Incorreto

Antes de qualquer coisa, por favor, assistam esse vídeo:



Ok, agora pensem um pouco mais sobre o que ele disse de verdade, qual a intenção?

- Ultimamente somos bombardeados por todos os lados, pelo termo: "politicamente correto", o que realmente isso significa, alguém sabe? E quando surgiu?

Nos Estados Unidos essa questão vem sendo estudada desde o ano de 1970, entretanto só em 1980 é que se passou a ser discutido na Europa. A Wikipédia define o seguinte: "o politicamente correto (ou correção política) é uma política que consiste em tornar a linguagem neutra em termos de discriminação e evitar que possa ser ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais, como a linguagem e o imaginário racista ou sexista." Ou seja, para os "defensores" do Politicamente Correto, o objetivo é transformar a linguagem numa menos ofensiva em diversas áreas como por exemplo: a não utilização dos termos masculinos para situações em que são usadas para ambos os sexos.
A filosofia do Politicamente Correto, Segundo a Wikipédia, "é que ao evitar a utilização destes termos discriminatórios estaremos contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e igualitária." 

Mas como diria por aí, a teoria é linda... Já a prática, duvidosa.

O fato é que de certa forma nesses últimos anos, isso tem tomado uma proporção que foge completamente da ideia ou da lógica. Veja bem, o vídeo que postei acima, Rodrigo Lombardi, fala sobre o dançarino, ator e cantor Sammy Davis Jr.(1925-1990), que aliás: Como um "afro-decendente", Davis foi vítima de racismo durante toda sua vida, e foi um grande financiador da causa dos direitos civis. Também teve um relacionamento complexo com a comunidade de "afro-americanos, e atraiu críticas após abraçar Richard Nixon em 1970 - diga-se de passagem, mais uma vez, ano a qual os EUA começaram a discutir sobre o Politicamente Correto. Um dia, em um jogo de tênis com Jack Benny, lhe perguntaram sobre seu Handicap no golf. "Handicap?" ele respondeu... "Falar sobre handicap — Eu sou um negro judeu e caolho." Este comentario transformou-se em sua assinatura, recontada em sua biografia e em incontáveis artigos.
Seria então pré-conceito parafrasear o que o próprio artista disse de si mesmo? Esses comentaristas de finais de semana não estariam apenas querendo se mostrar de "Intelectualóides", escrevendo sempre 5kg de palavras e 0g de conteúdo, além de espalhar vídeos com senso falso-moralista sem sequer saber o que realmente foi dito? Não seria isso uma forma de terrorismo mental, onde todos se sentem ofendidos com qualquer coisa?

Há não muito tempo atrás, quando esse termo ainda não era moda, havia no Brasil uma censura, instalada pelos militares em 1964, claro que houve outras como no tempo colonial, monárquico e na república velha, mas vamos nos ater a censura dos militares.
Após a promulgação do Ato Inconstitucional Nº5 ou o AI-5, todos os veículos de comunicação sem exceção, deveriam ter sua pauta previamente aprovada, sujeita a inspeção de agentes autorizados, ou seja, a liberdade de imprensa ou do livre pensamento não mais era aplicado. Fazendo um paralelo dessa época para a nossa atual, não vejo tanta diferença, diz-se que podemos falar, escrever ou pensar livremente, entretanto desde a nova moda de politicamente correto, na verdade o que podemos desenvolver como opinião nada mais é que o medo de que sejamos a qualquer instante ridicularizado, processado, ou julgado por um bando de gente que acha que a luta contra o pré-conceito estão nas palavras que são ditas e escritas, enquanto mal vêem que verdadeiramente a discriminações estão nesses próprios atos de não aceitar, ou se aceitar. Veja bem, tenho um amigo de infância, negro, que durante sua adolescência sofreu todos os tipos de racismo, seja por apelidos, seja atitudes alheias, ou qualquer outro meio, entretanto tenho a total certeza que ele se sentiria muito mais ofendido sendo chamado de "Afro-descendente" do que negro. Pois o termo criado para substituir a raça, nada mais do que uma negação implícita de que os negros não aceitariam a sua cor racial. Afinal qual é o termo equivalente para a raça "branca", ainda não fui chamado de "descendente-Ariano" ou não fui chamado de "filho da branca de neve"... Eu sei que existe no Brasil termos pejorativos para Brancos, como "branquelo Azedo", mas não existe termo para consertar isso. O que mostra que o motivo de ser branco para o "politicamente correto" é melhor que ser negro, pois não se cria termo para suavizar o nome da do a raça. Isso sim é pré-conceito! Pois se acham melhores, escondendo seus desprezos atrás de um discurso bonitinho, certinho.

Não digo que no início era ruim essa política, mas com massificação, e a banalização hoje nada mais é do que uma forma de censura enrustida, de forma a enganar os olhos dos leigos, que pensam estarem pensando por conta própria. E caem no erro de que achar que tudo é ofensivo.

Ps.: Queria mandar um grande abraço para meu amigo Negão, mas estou com medo de quem ler querer me processar por isso.

Ps².: O Rodrigo Lombardi, inocentemente, apenas citou o que o próprio Sammy disse, e agora é ridicularizado por tal ato, sinceramente esse povo já não tem mais nem o que falar.

2 comentários:

Não se tem referências de que no Mundo Antigo havia a percepção da cor azul. Talvez essa cor tenha surgido aos olhos humanos em algumas centenas de anos apenas. A ilusão só se dissipa diante de si mesma.

Sinceramente me arrependo de não ter lido esse texto antes. Sua explicação foi muito lúcida, e a ideia do texto mais ainda. Realmente, o "politicamente correto" tem sido quase tão sufocante quanto uma censura consentida, como esse negocio de builing (nem sei como escreve) que tudo que se fala estará "bulinando" alguém. Gostei prakct!

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