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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Pimenta Nova no Mercado



Menos ousado que o Stadium Arcadium, mais pretensioso que o By The Way. Assim eu classificaria “I’m With You”, novo álbum do quarteto californiano Red Hot Chili Peppers. Desde seu anúncio para fim de agosto, o disco tem despertado diferentes opiniões, gerado discussões apaixonadas e movimentado de cima abaixo o público que esperou 6 anos por um lançamento.

Se lembrarmos da saída do guitarrista John Frusciante, em 2009, as coisas ficam ainda mais interessantes. Como estaria a sonoridade da banda, sem John? Quem seria capaz de substituí-lo à altura? Que tipo de álbum os Peppers fariam? Josh Klinghoffer há muito foi anunciado como substituto, e agora que o “I’m With You” veio às lojas, é possível afirmar: o Red Hot continua tão rico musicalmente como sempre foi.

Mas, claro, já não é exatamente o mesmo de antes. A banda que conquistou o mundo em definitivo com seu clássico “Californication” está menos audaciosa, menos ousada. E isso quer dizer que o “I’m With You” não traz nenhuma inovação sonora. Não é nada que os Peppers já não tenham demonstrado ser capazes de fazer. O que, porém, não o torna um trabalho inferior aos demais álbuns, ou ruim.

As músicas estão cheias de poesia típica do estilo Pepper, uma pegada funk carregada na medida certa, e um entrosamento eficiente entre os veteranos Anthony, Chad e Flea com o novato Josh. O baixo de Flea, vale dizer, mostra-se com todo seu poder. Seja em “Monarchy of Roses”, música de abertura, “Factory of Faith” ou “The Adventures of Rain Dance Maggie”, ele compõe melodias no estilo que o consagrou como um dos melhores baixistas de sua geração. Chad Smith também dá a batida harmônica na bateria, acompanhando as notas quase onipotentes do baixo. E Anthony continua sendo um vocalista absoluto. Sua voz oscila perfeitamente entre os tons mais agressivos e melódicos, são uma pimenta a mais nas músicas.

Sobre Josh é preciso dizer algumas coisas. A escolha dele como substituto de John Frusciante, embora inusitada, não pode ser classificada como completamente surpreendente.O jovem de talento que acompanhou Frusciante em seu álbum “Shadows Collide With The People” agora parece a opção mais acertada para ocupar o lugar do antigo guitarrista. Muitos falaram em Dave Navarro, mas este já tem seu próprio grupo, o competente Jane’s Addiction. Para quem acompanha e conhece o trabalho tanto do Red Hot quanto de John Frusciante, Klinghoffer era um nome plausível.

O peso de substituir Frusciante, considerado um dos 20 melhores guitarristas de todos os tempos, porém, não é fácil. Além de fazer um som carregado de feeling e experimentalista, Frusiante conquistou em absoluto os fãs da banda que se sentiram órfãos com a morte de Hillel Slovak, em 1988. Com estilo distinto ao de Slovak, Frusciante galgou imenso prestígio através de composições simples, porém carregadas de emoção e sensibilidade.

Assim, quando ouvimos a guitarra de Klinghoffer em “I’m With You”, ela nos parece, no mínimo, tímida. É claro que há acertos evidentes, como em “Annie Wants a Baby”, “Look Around” e “Did I Let You Know”, mas é impossível não pensar: o que John faria se fosse ele a tocar? Talvez ainda saibamos, no futuro. Desejo sinceramente, porém, todo sucesso a Josh no Red Hot. Ele é um rapaz competente, e não foi escolhido por razões infundadas. Com mais tempo e a dose certa de autoconfiança, pode se tornar um guitarrista brilhante. Competente já é.

Aqueles que terão a oportunidade de ir aos shows do Red Hot aqui no Brasil considerem-se, então, privilegiados. Mesmo sem John Frusciante, os Peppers continuam sendo Peppers, grupo que será lembrado como um dos melhores e mais originais na história do rock. “I’m With You”, mesmo que não figure entre os maiores álbuns, ou mais inovadores, tem um lugar reservado no ouvido daqueles que sabem apreciar rock de altíssima qualidade. Não é tão funk quanto o “The Uplift Mofo Party Plan”, tão inovador como o “Blood Sugar Sex Magik”, ou brilhante como o “Californication”, mas é com certeza um álbum belíssimo, tão grande quanto os velhos clássicos no quesito qualidade.

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