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quinta-feira, 1 de março de 2012

Pelo que "vale" a pena morrer?

A vida tem um valor.
Essa ideia está presente na mente de toda a sociedade atual, o valor da vida. Poderia invocar o instinto de sobrevivência latente em todo o ser vivo para explicar essa valoração (ou valorização?) mas isso fugiria um pouco do foco que quero expor aqui.
Se a vida tem um valor como se dá essa valorização? E indo um pouco mais além, se a vida tem um valor, uma quantidade representativa que a torna importante o que afinal superaria essa importância? O que é mais importante que viver? Pelo que vale a pena morrer?

Na assim chamada Idade Média houve uma ascensão do ideal de valoração. No momento em que o comerciante ascendeu em importância social outros fatores somaram-se a esse, como a disseminação do livro, o surgimento de novas técnicas vindas do Oriente e trazidas principalmente pelos próprios comerciantes, na estruturação da atual ideia de valor. O valor outrora poderia muito bem ser definido como virtude, como algo inerente e benéfico mas nesse momento o mundo e o tempo, que antes eram tidos como domínios de Deus, passaram e ter um valor, passaram a ser medidos. Houve a elaboração de unidades de medida universais para o tempo e o espaço, a ideia de um salário, de uma quantidade de lucro que o homem recebe por uma quantidade de tempo empregado em determinada atividade...e a vida ganha seu "valor".
Esse "valor" está presente na Modernidade mas de forma um pouco diferente da valoração medieval. É uma valoração um pouco mais subjetiva, onde o sujeito é o bem maior do próprio sujeito e perder esse bem lhe causa terror, a não-existência anunciada pelo morrer causa no homem moderno terríveis problemas de caráter emocional e psicológico, pois a "minha vida vale muito".
A morte é algo natural. Todos morreram ou morrerão. A vida nos pertence? Há mesmo um valor inserido nela?

Na Antiguidade os soldados de Atenas, Esparta e Roma e mesmo de outros pólos entregavam suas vidas ao Estado (uma denominação com significado diferente do atual modelo de estado-nação), ao serviço à comunidade. Ninguém pode afirmar que aqueles soldados não sentiam medo da morte mas não é disso que se trata, eles dedicavam a vida (ou a morte?) para proteger e servir a sua comunidade. A morte não era o pior que lhes podia acontecer, o esquecimento sim era a perda total. No Japão feudal os guerreiros de elite matavam e morriam por seu senhor, era uma morte honrosa, um serviço prestado (samurai significa literalmente servir) onde não se lutava necessariamente por ódio e mesmo ao inimigo havia um forte senso de honra e respeito.
A vida não tem valor, por isso ela vale tudo!
Ao se estipular um valor à vida pode-se comprá-la, vendê-la ou trocá-la mas ao se retirar o valor da vida ela apenas é, flui, existe. Não é nossa, não a temos, apenas estamos e somos n'ela, e a ela podemos dar qualquer direção que nossas faculdades nos ofereçam.
É como se tivéssemos a posse de algo que não tem dono, para administrarmos por um período cabendo a nós zelar ao máximo dessa posse, empregando-a nos mais nobres atos que nossa consciência possa eleger.
A entrega da vida pode ser um momento sublime, de doação, de desapego e de trabalho. Um trabalho sincero e honesto onde nada se obtém em troca para si como indivíduo mas para todos como humanidade.
Se a vida é uma posse temporária que foi dada à nossa consciência objetiva ,se a morte é a passagem, o momento em que nos é tirada a posse da vida pela mesma Lei Natural que nos concedeu e se a anti-vida é um estado onde perdemos a posse da nossa própria vida prematuramente, onde vivemos como mortos-vivos sem o controle das nossas ações e decisões então eu diria que vale a pena morrer pela vida, pelo não valor da vida, pelo bem mais precioso que compartilhamos unicamente por nunca termos.

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